domingo, outubro 22, 2006

O que se pensa da STCP na Blogosfera :-) (Parte 1)

Hoje teremos que confessar que o dia não está para grandes saidas. A chuva é imensa, as ruas estão alagadas (muito por culpa dos colectores das câmaras - mas isso é outro assunto) e não estamos para nos enfiarmos nos shoppings.

Com tanto tempo para tudo, resolvemos dar uma volta na blogosfera portuguesa a ver o que outros pensam da STCP.

- Alguns contam as deficiências do serviço...
- Outros contam histórias emocionantes que se passam dentro dos autocarros...
- Outros comentam as opções de reabilitação da Baixa do Porto e a implicação que a STCP tem...
- E outros comentam as greves e as manifestações...
- E ainda há quem compare o serviço da STCP com o da Carris! :-)

Este blog faz a comparação STCP - Carris... Por curiosidade, a STCP perde por 4-2...

O blog Mundo em Imagens... conta-nos isto!

O Magazine Consigo fala sobre a acessbilidade dos transportes Públicos...

A Susana diz que vai visitar as instalações da STCP... bom proveito! ;-)

E há quem critique o serviço... caso de uma pessoa com memória! Mas mesmo assim afirma que:

Infelizmente, como não tenho carro tenho de andar de autocarro e metro, que naquelas horas de ponta é realmente exasperante.. as pessoas a empurrar para sair, porque aqui as pessoas já se levantam para sair uma ou duas paragens antes, e claro começam a reclamar com as pessoas que não vão sair ( e lá começa um basqueiral no autocarro). Quem anda de 78 na hora de ponta assiste sempre a uma discussão, de pelo menos duas pessoas (sim, porque o resto das pessoas mete o bedelho na discussão, e gera-se uma algazarra). A ajudar à festa está a condução acelerada dos condutores. Pelo menos é divertido andar de 78 cá no Porto!



A Cimeira do Ambiente, Segurança e Qualidade tem um excelente artigo de opinião sobre o regresso do eléctrico. Destacamos o seguinte:

Pergunta-se, no essencial, a duas Entidades; a referida STCP e a Câmara, que devem, ou deveriam, estar sincronizadas em tal matéria, mas, pelo que parece não tem acontecido assim. Pouca gente percebeu na altura estas colocações de Carris sem continuidade por parte da Sociedade Porto 2001 nas obras que levou a cabo, mas, quem conhece melhor a cidade, concluiu tratar-se de um Plano para fazer voltar "os amarelos" ao Centro, numa complementaridade de transporte público interessante, para além do valor turístico revivalista da medida.

Ao que parece, pelo "andar da carruagem", não passou de "um tiro de pólvora seca", pois confesso dificuldade em entender o que se pretende afinal fazer, se há ou não ideia de criar uma rede minimamente integrada de eléctricos na zona central da cidade e se a Câmara e a STCP estão sincronizados nisso, ou de costas voltadas, como parece.

Certo que temos o Metro que "revolucionou o Centro", mas as complementaridades de superfície têm de ser bem pensadas e sem grandes hesitações, pois estão a criar-se hábitos novos de mobilidade da população e se isso não é aproveitado para consolidar os ganhos do transporte público por esta via do Metro, pode haver confusão ou retrocessos de habituação perniciosos para a mobilidade urbana no Centro.

Dir-me-ão que "o eléctrico é uma saudade" sem futuro, o que não é verdade, tanto mais grave se torna a crise do petróleo, mas o que está aqui em causa é saber se andamos a "deitar dinheiro ao lixo" ou se temos alguma ideia de o aproveitar e, neste caso, como e quando.

Isto é que merece, tanto quanto creio, uma resposta à Cidade por parte da STCP e da Câmara, se possível conjugada para não continuarmos a puxar cada um para seu lado, o que não sendo novidade no Porto, já era tempo de ter um fim.

Há outra instância onde questões destas deveriam ser equacionadas, a prometida Autoridade Metropolitana de Transportes de que há muito se fala, mas o assunto de hoje é portuense na sua circunscrição e pode e deve ser resolvido pelos "santos da casa", ou seja, pela Transportadora Público e pela Autarquia, pois é a esta que o assunto directamente interessa, foi eleita para governar a Cidade, e aquela é que tem os meios e o poder de decisão sobre planeamento, execução e exploração da rede. E uma e outra não podem esquecer que grandes transformações de hábitos se estão a operar e, ou vão à frente delas e as reencaminham, ou podem mesmo ser "atropeladas" pela mudança. O que seria mau!



O Sr Vitor Monteiro fala da STCP por outras razões... :-)

E há quem goste de apresentar a público as reclamações dadas ao Porvedor do Cliente!

E há quem diga que:

Oh pá, adoro a minha terra (...) mas tenho momentos em que preciso desesperadamente das verdadeiras cidades... tipo, confusão, autocarros da STCP que não andam, voam!



E quando se fala da STCP, também se fala em coisas tristes...

Há quem relacione os horários da STCP com o Betandwin...

E há igualmente que goste de dizer que a STCP é um fenómeno social. Dado que:

O melhor desta rede são sem dúvida alguma, e acho que nisto todos estamos de acordo, os autocarros. Estas maravilhas tecnológicas para além de cumprirem exemplarmente os horários predefinidos, possuem ainda motoristas que, como funcionarios públicos que são, revelam-se deveras educados e chegam até àquele grau de simpatia muito baixinho que apenas especialistas nesta área (habituais utentes ou inspectores de serviços públicos) conseguem distinguir daquela antipatia dos empregados de qualquer instituição pública como as finanças, notarios entre outras. Mas o pior não é bem os motoristas, porque quanto muito o que pode acontecer é eles tentarem proferir qualquer coisa como: "estes filhos daquela senhora dobram as filhas daquela senhora das senhas e depois tenho eu de andar a escrever esta m****..". Como dizia, o pior são aquelas pessoas de idade avançada, cujo peso da idade se concentra na barriga, e que parece que não tomam banho há cerca de 2-3 meses devido à concentraçao odorífera produzida pelo suor acumulado nos sovacos e zonas púbicas... isto é um espectáculo repugnante que dá vontade de deixar este "agradável meio de transporte” na proxima paragem. Há ainda aquelas alturas em que as senhoras do Porto, que têm fama de uma pronúncia extremamente delicada bem como uns modos exemplares, chegam stressadas do seu emprego ou de ir receber a reforma e então geram-se algumas discussões entre elas por causa de lugares e falta deles ou mesmo de espaço para conseguir passar em direcção à saída. Na sucessão do insucesso surgem duas facções dentro do autocarro normalmente a maior parte das pessoas favorecem o "infractor". Vejamos um exemplo: estamos num autocarro atulhado de pessoas, algumas coladas aos vidros, outras completamente comprimidas do género de sardinhas em lata versão humana mas, apesar disso o cheiro a peixe mantem-se. Voltando ao que realmente interessa as velhas (termo técnico para pessoas idosas), saem dos seus confortaveis lugares sentados apenas quando o autocarro pára com o objectivo de deixar este meio de transporte nessa mesma paragem. A velha cheia de sacos acha que tem todo o direito de obrigar as outras pessoas a comprimirem-se ainda mais de forma a ela conseguir em 15 segundos pirar-se daquele autocarro pestilento.



(Continua...)