terça-feira, setembro 19, 2006

Está confirmado: nova greve dos trabalhadores da STCP entre Sexta - Feira e Domingo

Como avançamos anteriormente, haverá uma greve dos trabalhadores da STCP entre a Sexta - Feira e o Domingo. Só falta é confirmar se ela será total ou parcial, ao contrário do que dissemos neste espaço. Segundo a edição de hoje do "Correio da Manhã" só serão dadas mais informações deste campo durante a semana.

Sabe-se igualmente que os trabalhadores da empresa deram um prazo ao Conselho de Administração para retomar as conversações do acordo de empresa (até ao dia 20 de Outubro). Caso as negociações não recomecem, os trabalhadores prometem endurecer a sua luta.

Segundo fontes sindicais, estima-se que a paralisação teve uma adesão entre 60 a 70% (cit.in Correio da Manhã) ou entre 75% a 80% (cit.in JN). A grande alternativa para os portuenses foi o Metro, embora os automóveis e os táxis fossem largamente utilizados.


Uma imagem do plenário dos trabalhadores da STCP. (Retirado de www.jn.pt)


Deixamos aqui um artigo completo sobre esta greve retirada da edição de hoje do JN:

Duas dezenas de greves na STCP em dois anos

Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) continua a somar greves. Já se contam cerca de duas dezenas, desde o início do ano passado. A mais recente aconteceu ontem, com uma adesão que, segundo os sindicatos, chegou aos "75% a 80%", e está agendada mais uma para o próximo fim-de-semana, com efeito a partir das 0 horas de sexta-feira.

O processo de revisão do Acordo de Empresa/2006 voltou a estar na origem de mais uma paralisação, que se sentiu até ao início da tarde de ontem. O plenário realizado na estação de recolha de Francos, no Porto, "encostou" várias dezenas de autocarros (os sindicatos falam em quase 300) e ouviu-se de novo queixas entre os passageiros que esperavam pelo veículo que tardava em chegar. Muitos tiveram de optar pelo metro - aparentemente a grande alternativa - , pelos automóveis ou táxis.

O protesto, o primeiro levado a cabo este ano, foi organizado por três das estruturas representativas dos trabalhadores STRUN (Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte), SNM (Sindicato Nacional dos Motoristas) e SITRA (Sindicato dos Trabalhadore de Transportes). O "impasse criado pelo Conselho de Administração" da STCP, a "tentativa de retirada de direitos aos trabalhadores", a "discriminação existente" e a "degradação das condições de trabalho" deram o mote.

Ultimato até 20 de Outubro

Ao fim de cerca de duas horas de discussão, os trabalhadores decidiram, por unanimidade, partir para novas acções de luta. Foi aprovado um pré-aviso de greve a vigorar entre as 0 horas de sexta-feira e as 2,30 horas de segunda-feira. Jorge Costa, dirigente do SNM, explicou ao JN que se tratará de uma paralisação parcial, em que os funcionários serão aconselhados a aderir nas últimas três ou quatro horas do seu serviço. Ou seja, os efeitos deverão sentir-se mais ao final da manhã e final da tarde. "O serviço mínimo estará assegurado".

"Não estamos a reivindicar nada, simplesmente a exigir que seja cumprido o acordo de empresa em vigor. Há direitos que querem tirar aos trabalhadores. No ano passado, foi assinado um acordo de conveniência com outros sindicatos pouco representativos", afirmou, por seu turno, Antero Alves, do SITRA.

Em causa estão questões relativas a horários de trabalho, segurança, férias e assistência a doença, entre outras. Jorge Costa salientou que a STCP apresenta actualmente um "défice de 70 a 80 motoristas", situação que, associada à reestruturação da rede, leva a uma "sobrecarga" de trabalho dos funcionários, que "andam com o coração nas mãos para assegurar os serviços".

"Com estes protestos, queremos também garantir o melhor serviço à população", reiterou o dirigente. Entretanto, do plenário saiu mais um ultimato à STCP os trabalhadores avançarão com novos períodos de greve caso a empresa não dê respostas até ao próximo dia 20 de Outubro.

Contactada pelo JN, fonte da STCP adiantou que, durante o plenário, "o serviço foi prestado a 50%" e assegurou que chegaram à empresa "muito poucas reclamações" de utentes. Quanto às queixas dos trabalhadores, a empresa não faz comentários, pelo menos enquanto não lhe chegar "informação oficial" sobre as medidas tomadas pelos sindicatos."