domingo, fevereiro 25, 2007

Resultados do referendo

Caros Leitores, aqui disponibilizamos uma notícia acerca do referendo que o MUT - AMP promoveu junto dos utentes da STCP.

Foi meramente uma acção simbólica.
Retirado do jornal "O Primeiro de Janeiro".

"Utentes votam não

Os utentes da rede de transportes da STCP puderam contestar ontem, uma vez mais, por iniciativa do Movimento de Utentes da Área Metropolitana do Porto, a rede reestruturada pela empresa. Foram às urnas e elegeram o não como resposta ao “referendo”. Joana Soares

“Concorda com as alterações impostas pela STCP aos utentes do serviço público de transportes?”. Os utentes dos transportes da STCP foram ontem chamados, pelo Movimento de Utentes de Transportes da Área Metropolitana do Porto (MUT-AMP) às urnas de cartão para votar sim ou não àquela pergunta. Entre as 15h30, e até às 18h00, as urnas estiveram ao dispor dos utentes, no Porto, em Santa Catarina, Trindade e Praça da Liberdade. Também em Rio Tinto a votação teve lugar ao longo do dia nos mercados de Rio Tinto e Areosa, nos Carreiros, na estação ferroviária, nas Areias e no Parque Nascente .
Norberto Alves, um dos representantes do MUP-AMP qualificou ao JANEIRO a iniciativa como “uma acção simbólica”. “O objectivo é alertar para o facto de que a população nunca foi auscultada pela administração da STCP, e nunca teve a oportunidade de se pronunciar quanto a esta reestruturação”, enfatizou o representante, que entregou ontem em Santa Catarina, o papel de voto. Norberto Alves explicou que a acção pretende ser uma “consulta pública”, adiantando que os boletins de voto vão ser anexados a um “caderno reivindicativo dos vários movimentos de utentes da AMP, para ser entregue à administração da STCP, bem como ao Governo Civil, e ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação sob o comando de Mário Lino.

Quem votou, votou não
A resposta à consulta pública estimulada pelo MUT-AMP tinha o não garantido. “Votei não, claro”, atirou ao JANEIRO Guilherme da Silva, de 71 anos, pois “tem que haver quem defenda o povo”. As pessoas, utentes ou simpatizantes pela causa do Movimento, iam colocando a cruzinha no papel de voto. Um grupo de raparigas, entre os 20 e os 25 anos, aproximou-se e ralhou que “a reestruturação da STCP só veio a causar transtornos na vida diária”, e que por isso, a resposta “só poderia ser não”. Já para Domingos Alves, de 65 anos, a nova rede homologada pela administração STCP vai contribuir para a desertificação da Baixa da cidade. “Conheço pessoas que por dificuldade de absorver os transbordos, os novos números das linhas, e por haver tão pouca frequência e horários não vêm ao Porto, contribuindo para a desertificação da cidade”, objectou. Por outro lado, o utente considerou que “tudo foi feito à revelia das pessoas”, sublinhando que a nova rede “apenas prejudicou a mobilidade das pessoas”.

“Apenas reparações”
Norberto Alves considerou ainda que as alterações que foram realizadas pela STCP “não passaram de reparações”. “As ligações directas e os transbordos continuam a ser o grande problema e o que carece de atenção e mudança”, referiu. O MUT-AMT reclama a extinção das linhas de autocarro, o facto de haver menos linhas à disposição do utente, opondo-se ainda aos transbordos e aos tempos de espera.

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Forte adesão
“Ninguém está contente”
Adérito Machado, um dos representantes do Movimento de Utentes de Rio Tinto contabilizou perto de 1 500 votos pelo não na área daquela localidade. Já os representantes do MUT-AMP optaram por não divulgar o número total de votos conseguidos ontem, adiantando, apenas, que oportunamente libertarão essa informação. O representante em Rio Tinto classificou a adesão à consulta pública de “muito boa”, mostrando que “ninguém está contente”. Por seu turno, Carlos Pinto, do MUT-AMP acentuou o elevado descontentamento e jubilou a “boa afluência por parte da população «às urnas»”.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Linhas de Rio Tinto a referendo

Não deixa de ser curioso...

Retirado do Portal de Gondomar.

"Utentes de Rio Tinto promovem referendo
Por O Primeiro de Janeiro
23 de Fevereiro de 2007
A CURT – Comissão de Utentes de Rio Tinto/Gondomar informou ontem a comunicação social da sua intenção de promover um referendo, a realizar no dia 24, para averiguar a opinião da população de Rio Tinto relativamente às mudanças efectuadas.


Perda de qualidade nos serviços, mais transbordos, maiores percursos a pé, paragens sem abrigos, diminuição da frequência dos autocarros. Estas são algumas das queixas da CURT, que considera estarem na origem do que consideram um “autêntico desmantelamento do serviço público de transportes”.

Face aos protestos da população devido ao encerramento da linha 53, que fazia a ligação entre o Forno e o Marquês, a CURT propôs à STCP o restabelecimento do mesmo percurso. A resposta da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto motivou ainda mais reclamações. Adérito Machado, da CURT, chega ao ponto de a considerar uma “proposta maquiavélica”.

“A linha sai da estação de Rio Tinto, passa em percurso turístico por Pedrouços, passa na Areosa e segue até ao Marquês”, refere, equiparando a situação a “fazer uma viagem de Porto a Lisboa, passando por Braga”.

Na óptica de Adérito Machado, a verdadeira intenção da STCP é criar “uma linha que não sirva os utentes”, para depois a poder “retirar de circulação com o argumento que não é utilizada”.

O membro da CURT informou que foi realizada uma Assembleia de Freguesia de Rio Tinto, de caracter extraordinário, em que foi aprovada uma moção que lembra, entre outros pontos, “a inexistência de qualquer transbordo dentro da freguesia de Rio Tinto”.

Victor Melo

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Exigência Demissão na STCP


A moção aprovada em Rio Tinto exige também a demissão da administração da STCP. A CURT considera fundamental que uma empresa de capitais públicos seja regida “por pessoas com capacidade de diálogo e sensibilidade para perceberem que o serviço prestado deve ter, como preocupação primordial, as necessidades da população que serve”."


Agora nós temos curiosidade de saber como se processará o referendo e o que é que vão realmente perguntar aos Rio Tintenses...
Esperemos pelos próximos capítulos.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O Agente Único - história...


A propósito da notícia de hoje, resolvemos elaborar um pequeno artigo acerca desta designação - o Agente Único.

Antes do mais, importa esclarecer qual o significado do termo. Agente Único significa que no autocarro, o motorista é também o cobrador. Ou seja, o motorista, para além de conduzir o autocarro ainda vende os bilhetes a bordo, para além de verificar se os passes e os bilhetes são válidos nas linhas que se efectuam.

Concerteza que os mais jovens poderão não se recordar, mas até meados dos anos 80, era usual termos eléctricos, autocarros e troleicarros com dois elementos de tripulação a bordo: o motorista (ou o guarda - freio, no caso dos eléctricos) e o cobrador, que vendia os bilhetes e ainda verificava se os titulos de transporte eram válidos. No fundo, aplicava-se o mesmo sistema que hoje vemos nos comboios.

Contudo, na década de 70, já o Serviço de Transportes Colectivos do Porto se debatia com problemas de recrutamento de mão - de - obra para este posto (poderá parecer-nos irónico, sobretudo nesta altura, mas era assim mesmo que se sucedia) e com um aumento exponencial dos custos com o pessoal. Assim, no dia 9 de Abril de 1972, implementou-se o agente único na linha 140 (Batalha - Carmo), o que contudo era considerado em regime experimental. Segundo SOUSA e ALVES (2001), "era uma solução económica, que obrigando a investimentos em máquinas especiais, ajudava a resolver a dificuldade de recrutamento de mão - de - obra e permitia redução de pessoal". Ou seja, de custos, que já afligiam a administração do STCP naquela altura.

Contudo, esta solução só começaria a ser aplicada em força em 1979 (na linha 80), quando se aplicaram as obliteradoras, adquiridas há muito tempo, nos novos autocarros Volvo B58 que entraram eo serviço em 1973 e 1976/77.



Obliteradora electro-mecânica.(Retirado de: SOUSA e ALVES (2001)).


Esta implementação exigiu investimentos suplementares, não só na publicidade, mas na colocação de paineis identificadores nos autocarros e troleicarros, até porque a sua implementação era feita de uma forma gradual.






(Retirado de: Jornal do STCP, Janeiro de 1980).


Até 1986, os cobradores deixaram praticamente de existir, passando a exercer outras funções, nomeadamente os da fiscalização dos bilhetes. Só um pequeno número restava nas linhas de carro eléctrico que ainda existiam.

Só que em 1992, optou-se por um novo sistema de bilhética (bilhetes com banda magnética) o que, naturalmente, obriga a um novo investimento em novas obliteradoras.





Obliteradora electromagnética e bilhetes de banda magnética da STCP.


Contudo, o surgimento do Metro do Porto obriga a STCP e até a CP a repensarem os seus tarifários. Assim, a STCP começa a implementar gradualmente o sistema Andante nalgumas linhas, sobretudo naquelas em que existe alguma complementaridade com o Metro, a Cp e até outros operadores de transporte, o que obrigou a STCP a ter autocarros equipados com dois validadores: o do Andante e o validador clássico.

Contudo, a implementação da Nova Rede, que seria toda equipada com Andante obriga a STCP a fazer novos investimentos na bilhética.





Novas obliteradoras e bilhete Andante.



Note-se que a STCP, ao fazer a Nova Rede iria tomar o tarifário Andante como terifário único. Contudo, os protestos insistentes ditaram uma marcha - atrás nas suas pretensões, mantendo a STCP o seu tarifário mono-modal, sendo que no entanto os novos bilhetes e passes partilham a mesma tecnologia que o Andante - uma tecnologia na qual o utente (quer tenha passe, quer tenha o bilhete) deve passar o titulo de transporte pelo validador, sem que seja necessário obliterar ou encostar o título.


E o agente único?

Bem, o sistema de agente único ainda continua a existir, sendo que no entanto os bilhetes já não são obliterados. São bilhetes nos quais o utente se deve limitar a conservá-los durante a viagem. Este mesmo sistema até já foi implementado nos eléctricos que (ainda) circulam ao serviço da STCP.

Autocarros da STCP bloqueados por passageiros que exigiram recibos de... Bilhete de Agente Único.

Caros Leitores, voltamos mais uma vez ao vosso convivio para vos dar uma notícia caricata.

Ontem foram dois bloqueados dois autocarros na Avenida dos Aliados (Linha 600) pelo simples de que os passageiros que aí entraram compraram bilhetes agente único e que exigiram que o motorista lhes passasse o recibo. Ora, como nem os bilhetes ostentam o preço nem o número de contribuinte da STCP (o que serviria de recibo) nem os recibos em si. Também os manifestantes pediram o Livro de Reclamações, da qual também os motoristas não dispunham.

Apesar de serem poucos (entre 3 a 10 pessoas) foi necessária a presença dos agentes da PSP que identificaram não só os motoristas, como também os próprios utentes, que afinal faziam parte do Movimento de Utentes de Transportes da Area Metropolitana do Porto (MUT-AMP), que promoveram o protesto desde que o Ministro das Finanças apelou para que se exiga sempre o recibo.

Aqui ficam algumas fotos:


Imagem retirada do JN.


Imagem retirada d' "O Primeiro de Janeiro".


quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Mais alterações da rede STCP na área de Rio Tinto

Caros Leitores, aproveitamos para informar que a STCP irá proceder a algumas alterações na sua rede, na área de Rio Tinto.

Assim, e segundo as informações prestadas pelo blog de Sérgio Meneses, as alterações serão as seguintes:

- Linha 803: Venda Nova - Boavista (Venda Nova - Rio Tinto Est. - Areosa - H S Joao - Campo Lindo - Boavista)
- Linha 805: Rio Tinto - Marquês de Pombal (Rio Tinto - Areosa - Antas - Marquês de Pombal).

Assim, podemos afirmar que a STCP atendeu as reinvidicações das populações residentes em Rio Tinto, que exigiram a ligação directa desta área ao centro do Porto.

Paragens


Caros Leitores, aqui apresentamos mais um artigo do JN que nos chama a atenção relativamente ás paragens dos autocarros. Términos há (e bem importantes) em que os passageiros esperam á chuva e ao vento (no Inverno) e ao sol tórrido no Verão. Vemos o exemplo gritante da Praça Almeida Garrett, retratada na foto do JN:





Deixamos aqui a legenda do jornal: " Em frente à Estação de S. Bento os utentes têm de esperar pelo autocarro confiando na bondade da Natureza... "



Mas melhor do que nós, só mesmo o artigo da edição de hoje:


"Passageiros à chuva e ao frio nas novas paragens da STCP

Ainda mal "refeitos" do impacto que a nova rede da STCP está a provocar nas suas rotinas diárias, os utentes dos transportes colectivos "descobrem", agora, que são obrigados a esperar pelos autocarros à chuva e ao vento, pois uma parte significativa das novas paragens não tem abrigos. Protestam contra a empresa, mas aquele equipamento é considerado mobiliário urbano e, portanto, compete às autarquias instalá-los. A Câmara do Porto já decidiu, na sua última reunião, por proposta da CDU, fazer um levantamento de todas as situações, num trabalho que se deverá prolongar por quatro meses.

A fila estendia-se, longa e impaciente, pelo largo passeio fronteiro à estação de S. Bento e as críticas começaram a chover.

"Óptimos. Estes abrigos são do melhor que há, principalmente quando chove e está vento", ironizou um passageiro, protegido apenas pela paragem tamanho "XXL" da Praça de Almeida Garret.

Passeio largo

Joaquim Evaristo, por seu lado, prefere direccionar as críticas e olha para o edifício da STCP, que fica junto à paragem.

"Isto não tem sentido. O passeio está muito largo e podia perfeitamente ter um abrigo, principalmente numa paragem que serve tantas carreiras. Que mudassem a rede, mas só quando os passageiros tivessem todas as condições", aconselhou Joaquim Evaristo.

Nos Lóios, outro dos pontos chave da nova rede da STCP, João Baptista, reformado, lamentou que "tenham mudado as paragens para o passeio mas se tenham esquecido dos abrigos. E bem falta fazem, pois partem daqui dez carreiras". E assinalou, pelo caricato, os dois abrigos instalados em frente ao cemitério de Paranhos, que a ninguém servem, pois ali já não passam autocarros.

"Mudaram as paragens para a Rua do Dr. Roberto Frias, em frente à Faculdade de Economia, mas abrigos nem vê-los. Não se entende. É o problema de pagarmos adiantado. Acabamos por ser sempre mal servidos", concluiu João Baptista. "




sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A contestação ainda persiste

As manifestações ainda não acabaram... ainda há quem conteste a Nova Rede implementada pela empresa:

Artigo retirado do JN:

"20 pessoas em vigília contra "arrogância" da STCP

Empresa implementou em 1 de Janeiro uma nova rede de autocarros, suprimindo 44 linhas e criando outras 30

Cerca de 20 pessoas empunhando velas acesas juntaram-se hoje frente ao Hospital S. João, no Porto, numa vigília "contra a arrogância da STCP", um mês depois da implementação de mudanças na rede de autocarros da empresa.

Carlos Pinto, do Movimento dos Utentes dos Transportes da Área Metropolitana do Porto, disse à agência Lusa que, neste primeiro mês de funcionamento das novas linhas, "a STCP resolveu algumas situações mas ainda há vários problemas de mobilidade".

"É o caso da Maia, por exemplo, que só tem uma ligação directa até à Baixa do Porto. Todos os outros autocarros param no Hospital S. João. Parece que a população da Maia está toda doente mas não está", salientou.

Carlos Pinto criticou também a "falta de condições nos interfaces", o excesso de transbordos e o risco de uma "catástrofe" em consequência dos congestionamentos de trânsito causados pelo aumento do número de autocarros frente ao Hospital S. João.

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) implementou em 1 de Janeiro uma nova rede de autocarros, suprimindo 44 linhas e criando outras 30, para adequar o seu serviço à oferta do Metro do Porto.

Em resposta aos protestos populares que eclodiram um pouco por todo o Grande Porto, a STCP já introduziu alguns ajustamentos nos percursos e horários dos autocarros mas ainda persistem alguns focos de contestação.

O Movimento de Utentes dos Transportes da Maia agendou uma manifestação para sexta-feira, às 18:30, na Rotunda do Lavrador, em protesto contra "a falta de resposta da STCP", escassez de autocarros directos e "exagero de transbordos". "

Entretanto, sabe-se que que a STCP criou uma linha experimental denominada 809 - Hospital São João / Rio Tinto. Esta linha funciona apenas em horário nocturno.

Ainda temos a noticia de que já estão na Recolha da Via Norte alguns dos novos autocarros standard da STCP. Também alguns exemplares podem ser encontrados nas instalações da MAN em Perafita - Matosinhos.
Em termos de design são praticamente iguais aos CNG standard que circulam actualmente, muito embora existam algumas alterações, como por exemplo, a grelha frontal destes autocarros. Espera-se que entrem ao serviço neste mês ou até principio de Março, o mais tardar.

Mais logo, e e tudo correr como as nossas expectativas, teremos uma surpresa para os leitores na parte histórica... fiquem atentos!