terça-feira, janeiro 30, 2007

Quem diria???

Quem diria que a Nova Rede iria afectar não só os utentes, como também os trabalhadores...

Fica aqui o artigo do JN:


Mau estar entre os motoristas da STCP
Reestruturação e bloqueios aos autocarros aumentaram baixas entre os condutores

A contestação popular à recente reestruturação da rede da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) fez aumentar as baixas por doença entre os motoristas da empresa, disse hoje à Lusa fonte sindical.

Jorge Costa, do Sindicato Nacional de Motoristas (SNM), salientou que os motoristas "enfrentam todos os dias a indignação dos passageiros pelas alterações profundas desta reestruturação".

"Também as acções de bloqueio dos veículos da empresa, que um pouco por toda a cidade se têm sucedido, têm contribuído para o mau estar entre os motoristas", disse o sindicalista.

Segundo Jorge Costa, esta insatisfação dos passageiros com a nova rede teve consequências negativas para os motoristas, "provocando numerosas situações de stresse e baixas por doença, com os consequentes prejuízos para a empresa e os próprios motoristas".

Em resolução hoje aprovada, em plenário de trabalhadores da STCP, a administração da empresa é também criticada por não ter dado formação suficiente aos motoristas quanto aos novos percursos.

"Isso ocasionou numerosos enganos e atrasos nos primeiros dias de vigência da nova rede, com consequências negativas para os clientes e para a empresa, com inúmeros protestos dos utentes", disse Jorge Costa.

O sindicalista referiu ainda que a empresa não respeitou os critérios estabelecidos quando da afectação dos motoristas à reestruturação da rede, iniciada no primeiro dia do ano, nomeadamente o critério de antiguidade.


Mais novidades

Caros Leitores, voltamos com mais algumas novidades - embora poucas - acerca do nosso fotopic.

Basicamente são actualizações nas seguintes secções:

- Autocarros MB616
- Autocarros MAN NL
- Autocarro Porto Vintage.

Brevemente voltaremos com mais novidades.

sábado, janeiro 20, 2007

Actualizações

Caros Leitores, voltamos mais uma vez para vos dar informações sobre as actualizações do nosso fotopic.

Foi uma semana rica em novidades. Para além de abrirmos uma nova secção - já noticiada em posts anteriores - actualizamos todas as nossas secções de autocarros com novas fotos e actualizamos a secção dedicada á Estação de Recolha da Via Norte, que passou a conter fotos das instalações.

Ainda temos em mente mais algumas novidades e projectos, pelo que esperamos poder continuar a contar com a vossa preferência.


Apresentação do MAN Lions City


Caros Leitores, temos o prazer de apresentar, em fotografia, o novo articulado que irá circular ao serviço da STCP.

Como já foi noticiado, trata-se do modelo MAN Lions City articulado, produzido integralmente fora de Portugal. Estes autocarros vieram pelos seus próprios meios da fábrica até ao Porto, percorrendo 3000km para o efeito. Foi certamente um bom teste a estes veículos.

Estes veículos fizeram com que houvesse uma pequena revolução na distribuição dos autocarros pelas estações de Recolha. Assim, alguns MB O405 passaras da ER Via Norte para Francos, assim como os articulados. Os Citaros, MB 616 e MAN NL passaram de Francos para a Via Norte. Os primeiros até se encontram "encostados", dado que desde o ínicio do mês ainda não se vêem na rua.

Alguns destes autocarros, como a foto documenta, encontram-se na ER Via Norte, sendo que os restantes se encontram nas instalações da MAN em Perafita. Muito em breve, daremos um link de acesso a uma notícia que o portal Transportes XXI desenvolveu acerca do assunto.

Entretanto, fica a primeira foto tirada por nós. :-)


EDIT: Como prometido, deixamos aqui o link da notícia desenvolvida no Portal Transportes XXI.

Recordações da Modernidade



Como nem tudo são tristezas, aqui deixamos este fantástico vídeo, da autoria de Emidio Gardé (de quem aliás, temos vários links no nosso fotopic) retratando o autocarro Mercedes Benz H2Bus, que circulou á experiência na cidade do Porto, normalmente fazendo a linha 20 (actuais 302 e 303).

Os autocarros ficaram parqueados na Recolha de Francos durante a experiência, o que obrigou á montagem de estruturas espciais na recolha, como os postos de abastecimento de Hidrogénio, que ficou a cargo da BP. Os autocarros necessitavam de cuidados especiais, sendo um exemplo a necessidade dos veículos ficarem ligados á corrente eléctrica enquanto parqueados, para a preservação das células da pilha de combustível, um orgão essencial para o funcionamento dos autocarros.

Contudo, embora a experiência fosse positiva (o autocarro era silencioso e apenas libertava como escape, vapor de água), tal não se mostrou rentável para a STCP, dados os enormes custos de manutenção. E assim, tiveram o seu fim, como o próprio Emidio Gardé descreve da seguinte maneira:

"Entre 2004.10.01 e 2005.12 circularam no Porto, ao abrigo do Programa CUTE (http://www.fuel-cell-bus-club.com), 3 autocarros MB O530 com células de combustível Ballard©, tipo PEMFC, de 205 kW cada.
O projecto terminou com o envio de uma unidade para o Museu do Carro Eléctrico do Porto e as duas restantes para o fabricante na Alemanha."

(Vídeo retirado do seguinte endereço: http://video.google.com/videoplay?docid=89214942130135760&q=autocarro)

"Entre 2004.10.01 e 2005.12 circularam no Porto, ao abrigo do Programa CUTE (http://www.fuel-cell-bus-club.com), 3 autocarros MB O405 com células de combustível Ballard©, tipo PEMFC, de 205 kW cada.
O projecto terminou com o envio de uma unidade para o Museu do Carro Eléctrico do Porto e as duas restantes para o fabricante na Alemanha."

sexta-feira, janeiro 19, 2007

A Nova Rede ainda dá que pensar... que balanço? Que futuro?

Caros Leitores, hoje trazemos uma reflexão mais a frio daquilo que foi a implantação da Nova Rede.

Quem andou nos autocarros, leu, ouviu ou viu as notícias, certamente terá as mesmas ideias que nós: que a implantação da Nova Rede não foi o sucesso imediato que a STCP julgava que iria ser.

A STCP, ao desenhar esta Nova Rede, teve como preocupação fundamental ser um complemento aos outros operadores de transporte. Não apenas á CP, ou ao Metro, mas sim a todos os outros operadores de transporte privados.

Só assim se justifica o corte de ligações directas entre algumas áreas do Grande Porto com o centro da cidade. O caso mais famoso é o de Rio Tinto. Só assim se justifica a transferência desmesurada de linhas para o Hospital de São João. Antigas linhas como o 92, o 54, ou até mesmo o 76, passam a terminar aí!!!!

E infelizmente, os terminais e interfaces, em grande parte, não são exemplo de um planeamento cuidado e gestão criteriosa. Senão tomemos o exemplo do Hospital de São João: a bem do Metro, resolvem cortar o terminal construído nos anos 80 em dois, daí resuktando abrigos mais pequenos. Com o acréscimo de linhas (término ou de passagem), os autocarros passam a amontoar-se aí. E não são poucos! Juntemos os autocarros da Valpi, Gondomarense, Arriva/Transdev, Joalto/Mondinense/Trascovizela, e aí teremos uma ideia da confusão que reina todos os dias. Com isto queremos dizer que a STCP começou a construir a casa pelo telhado.

Contudo, a STCP, conscientemente, ou não, acaba de abrir oportunidades para os operadores privados. Acaba com o 82 (Boavista - Laborim), embora tenha prolongado o 15, que terminava em Santo Ovídio até Laborim. A Espirito Santo acaba de anunciar uma nova linha entre o Porto e... Laborim. Utilizando parte do antigo 82. A Resende fica felicissima ao saber que pode continuar com as linhas 104 e 119 até á Cordoaria.

Digam-nos lá se favorecer a intermodalidade passou a ser cortar algumas linhas á noite e ao fim de semana, como foi intenção da STCP com as linhas 200, 207, 703 e 705? Ou entar cortar linhas a alguns bairros, como o de Santo Eugénio, que nem Metro tem?

Contudo, não podemos dizer que tudo é negativo: todas as linhas STCP passaram a dispôr de tarifário Andante. Com isto, os utentes/clientes podem escolher o tarifário mais adequado ás suas necessidades.

A passagem de algumas linhas para a Boavista (Casa da Música)embora nalguns casos possa ser discutível, não deixa de ser boa: passamos a dar um maior uso com o terminal, se bem que este possa ter melhores condições, noemadamente ao nível dos abrigos (curiosamente!), iluminação nocturna, e segurança.

Então, o que achamos que falhou? Falhou:

- Na concepção da Nova Rede, que se resumiu a um corte em muitos locais e na lógica da concentração em grandes terminais, alguns deles não preparados para o efeito (Hospital de São João, Bolhão, Boavista (Casa da Música) Boavista (Bom Sucesso)) para além da obcessão pela intermodalidade e pelos transbordos (desvio de linhas que iam para a Baixa e que passaram a ir para o Hospital de São João - veja-se o 507, por exemplo, supressão da linha 53 para a criação das linhas 803 e 805);

- Falhou na informação, embora a STCP tenha investido fortemente na promoção, utilizando a TV, Rádio, Jornais, preparado milhares de folhetos e recrutando jovens para publicitar a Nova Linha a bordo dos autocarros - aqui não discutimos a quantidade, mas a qualidade da informação, não tivemos mapas gerais de Rede (para uma melhor percepção do que iria ser), os desenhos dos mapas dos trajectos da Nova Rede não continham informação das paragens a servir, o site OFICIAL da STCP só deu informações dias antes...

- Falhou quiçá na gestão de frota, exisitindo autocarros sobrelotados devido á escassa capacidade de resposta á procura - o 600, depois de alguns dias com autocarros sobrelotados, irá ser feito com articulados;

- Falhou na postura que adoptou, tratando alguns utentes (ou os utentes em geral) como Velhos do Restelo, a ponto de afirmar na Imprensa que todas estas reacções derivam da "resistência á mudança" - muito embora se tenha visto forçada a realizar ajustamentos, face aos protestos insistentes que se fizeram sentir.

Contudo, achamos que as pessoas que gerem, concebem, pensam e trabalham (n)a empresa são pessoas com bom senso e com inteligência suficientes para fazerem melhor. Acreditamos que os ajustes necessários serão efectuados, e que erros que foram feitos nesta altura servirão de exemplo para uma altura em que seja necessária uma nova reestruturação de rede.

E deixamos alguns pontos, dados numa crónica de opinião da edição de ontem do JN:

"STCP?


O triste episódio da chamada "nova rede" de autocarros da STCP que, teoricamente, serve uma boa parte da população da Área Metropolitana do Porto, representa o baixíssimo nível de responsabilidade e de respeito pelos cidadãos que deveria servir, por parte dos "responsáveis" daquela sociedade que, em princípio, terão sido "responsavelmente" designados para os cargos de direcção que ali ocupam.

Mas, mais triste do que o lançamento em si mesmo e da actuação de quase todas as entidades públicas, quando as pessoas se revoltaram com a sobranceria da "sociedade", é o que o dito lançamento pressupõe, o que revela e o que pode dizer quanto ao futuro.

Neste sentido, vejamos, então, se algumas destas questões, podem ter alguma resposta:

.Será que a STCP conhece, realmente, o universo dos seus utentes? Se conhece, como justifica que esse universo não se reconheça na "sua sociedade"?


2.Paralelamente, será que a STCP, conhece o território em que actua? Se conhece, como justifica que tenha deixado tantos espaços e lugares sem a cobertura que tinham e, em muitos casos, há muitos e muitos anos?


3.Se a STCP conhece os utentes e o território que serve, como explica que tenha optado por um esquema que é mais uma amálgama de linhas do que uma verdadeira rede com forma e função bem definidas?


4.Se a STCP conhece bem os seus utentes, como explica a brutal, súbita e inopinada alteração na identificação dos componentes do esquema que impôs sem a adequada e atempada informação prévia, eficaz e segura?


5.Será que a STCP, ao longo de todo o tempo que levou a conceber, desenhar e operacionalizar a chamada "nova rede", nunca teve, sequer, um momento de dúvida sobre o que estava (e como o estava) a fazer? É que, tudo visto, o esquema mais parece um jogo de computador feito por um diletante da arte do que um verdadeiro sistema aplicável a uma cidade em concreto, a gente de carne e osso, com uma cultura específica e com um modo de vida construído (certamente com muito custo) em articulação com os meios de que a cidade dispunha e acreditando que os seus impostos - para além dos custos de cada viagem - seriam caução suficiente para se ver respeitada?


6.Ou será que a STCP deixou de considerar que tem utentes e que tem um território para considerar que só tem "clientes" e uma "área de operação" ou que existe para além de tudo isso e que a única condicionante que tem é o (quase sempre) irracional e muitas vezes tonto esquema de circulação nos espaços por onde circulam as suas viaturas?


7.Será, para além do mais, que a STCP não tem a noção de que também "faz cidade", ou seja, que só pelo facto de ser um operador de transportes (e ainda por cima, um operador público de transportes) é um dos mais importantes agentes de "urbanização" em qualquer lugar habitado?


8.Ou será que, não tendo esta noção, a STCP também não tem a noção de que a sua actuação é decisiva para o bem-estar e a comodidade dos cidadãos?


9.Por tudo isto, será que a STCP tem a noção de qual é a sua missão "estatutária"? Se é prestar um serviço público como justifica, então, que o público não sinta exactamente isso, como tem sido mais do que evidente?


10.Finalmente, por que será que tanta gente, tanta instituição e tanta entidade pública com reais responsabilidades na metrópole e no país (salvo raras e pontuais excepções) se cala e faz de conta que não vê? Ou será que também não vê mesmo e a questão está definitivamente reduzida a um diálogo (obviamente) de surdos entre a população e a Polícia! Já conhecemos a história e, sobretudo, o seu fim. Que nunca é feliz!"








quarta-feira, janeiro 17, 2007

Reajustamentos

Caros Leitores, trazemos mais novidades acerca dos reajustamentos da Nova Rede:

- Criação de uma linha alternativa (707), de modo a servir a área de Ardegães (Maia), que era servida pelo antigo 73;
- O 604 volta a fazer o percurso que era feito pelo 87 em Vila Nova da Telha;
- Foi decidido o reforço da linha 600 (Loios - Barca), que nas horas de ponta, passa a ter uma frequência de 7,5/7,5 minutos. Esta mesma linha passa a ser feita com autocarros articulados.

Um dos comentadores do nosso blog avisou-nos para o facto de que a linha 507 (Hospital de São João - Leça) passa a ter término na Boavista.

Fonte da notícia: Autocarros do Porto.

Ultimas notícias

Caros Leitores, voltamos ao vosso convivio para prestar mais algumas novidades.

Em primeiro lugar, actualizações no nosso fotopic. Abrimos uma nova secção chamada "Carros de Apoio á Frota e Circulação", que são os veículos que, embora não transportem passageiros, são sempre uma ajuda preciosa ao funcionamento da STCP. Também as secções "Autocarros Porto Vintage", "MAN NL" e " Mercedes Citaro" contam com novas fotos. Estas tipo de actualizações irá continuar nos próximos dias.

Sabemos, através do blog "Autocarros do Porto", (de Sérgio Meneses) que a STCP já começou a receber os novos autocarros standard a Gás Natural. Estes autocarros, de modelo MAN 313 CNG e carroçados pela Salvador Caetano, terão a numeração 3201 - 3250. Os novos articulados, dada as suas dimensões, ainda não foram aprovados pela Direcção Geral de Viação, esperando que a sua regularização seja feita muito em breve. A numeração destes autocarro será a 1101-1130.

(Nota: todas estas informações foram fornecidas pelo Sérgio Meneses, quer no seu blog, quer no Fórum do Portal Transportes XXI, informações essas que muito agradecemos).

Para além disto, já se encontram em instalação as novas consolas de bordo para os autocarros, por enquanto ainda só podem ser vistas nalguns modelos MB OC500. Para além disso, encontram-se em instalação uma segunda validadora em cada autocarro, de modo a reduzir o tempo de paragem dos autocarros.

Como de costume, deixamos aqui os links da notícias:
- Novos autocarros
- Novas consolas

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Nova linha de autocarros no lugar de Mainça (Leça do Balio) - informação ainda não confirmada

Caros leitores, trazemos até vós uma notícia que escapa um pouco á tendência geral das últimas semanas.

Embora seja ainda uma informação não confirmada pela empresa, o Primeiro de Janeiro noticiou na sua edição de ontem a possibilidade da criação de uma nova linha de autocarros entre a Boavista (Bom Sucesso) e o Mosteiro de Leça do Balio, passando pela rua da Mainça, situada naquela localidade.

Segundo o autarca da freguesia, o pedido foi formulado há um mês, e já foi aprovado pela Empresa, faltando apenas a licença necessária.

Segundo o jornal, a nova linha terá o seguinte trajecto: Boavista (Bom Sucesso) - Circunvalação - Alto do Viso - Padrão da Légua - S.Gens - Pedra Verde - Rua da Mainça - Largo de São Sebastião - Mosteiro de Leça.

Ainda não foi revelado o número desta nova linha, nem a empresa deu a sua confirmação oficial ao jornal.

Artigo completo n'"O Primeiro de Janeiro".

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Mais ajustamentos na STCP

Numa altura em que aqui no Porto, a STCP continua a estar na ordem do dia, aqui apresentamos mais algumas novidades aos leitores que acompanham o nosso blog e o nosso fotopic.

A administração da STCP decidiu voltar atrás na questão da troca de titulos antigos por titulos novos. A posição inicial da empresa era a de que as trocas só se efectuariam até ao dia 31 de Dezembro do ano passado, mas as solicitações do Provedor do Cliente, Carlos Brito, acabaram por ser satisfeitas - dado que declarou ao JN que entre as 700 reclamações que lhes chega ás mãos destaca-se este assunto.

Entretanto, estão previstas mais manifestações para hoje (ás 17:30, no Largo dos Loios, no Porto) e amanhã (ás 15:00 na Estação de Rio Tinto).

Entretanto, já estão em curso algumas correcções no serviço da STCP, já anunciadas no Jornais, Portais de Transportes e no nosso Blog.

Mais informações aqui e aqui.

Deixamos aqui uma crónica, retirada da edição de hoje do JN:


" Onde está a Nova Rede?

Quando os protestos saem à rua e quando, como agora, se prolongam por dias a fio, é porque algo se passa. Ou então... não passa. No caso do Porto e das repetidas manifestações contra as alterações introduzidas nas carreiras de autocarros da STCP, é porque, de facto, há algo que... não passa. E, neste caso, parece que não passam várias coisas não passam autocarros (quando e onde deviam passar), não passam decisões (quando e onde deviam passar), como não passam processos e procedimentos que, ao contrário de toda a lógica, acontecem à revelia de tudo e de todos.

Manifestamente. E, por isso, é que as pessoas se manifestam. A resposta mais óbvia às manifestações e à pública expressão do desagrado deveria ser mais autocarros mas, em vez disso, aparecem carrinhas mas com a lotação esgotada e já cheia de polícias. Como se fosse crime dizer o que se pensa da única maneira que a generalidade dos cidadãos tem para dizer o que pensa, como é seu justo direito.

Acontece que, feliz ou infelizmente, não tenho o estatuto de "passageiro frequente" dos transportes colectivos urbanos e, muito menos, dos autocarros da STCP. Utilizo o metro e gosto. Tem defeitos, claro, mas os que a ele têm acesso dão-se, genericamente, por satisfeitos e, em alguns casos, até já se desabituaram de usar o automóvel. O que é bom! Contudo, nada me impede de ter opinião sobre uma matéria de grande importância para a cidade como é o seu sistema de transportes. A vida das cidades depende umbilicalmente deste sistema e, portanto, quem se interessa pela vida das cidades e especialmente pela cidade onde vive tem, não apenas o direito de se pronunciar, mas também o dever de o fazer.

Por isso, e face ao estranho silêncio das entidades e instituições que têm por missão zelar pelo bem comum - autarcas, políticos e partidos e outros tradicionais defensores do interesse público - procurei inteirar-me da razão dos protestos e das movimentações a propósito das "novas linhas", independentemente de duas coisas que são inelutáveis uma, é que ninguém gosta de ficar sem uma coisa que já tinha antes e, outra, é que (no caso dos transportes urbanos) estamos a falar da prestação dum serviço que para além de colectivo é público.

E digo isto porque, por um lado, muitos dos protestos têm por base o ter sido retirado algo que já existia (neste caso, uma carreira ou uma frequência ou uma paragem) e que bem pode ter sido a razão e a justificação para uma escolha (dum local de residência, dum local de trabalho ou duma escola que se frequenta) e, por outro, porque parece já ter sido interiorizado que os transportes urbanos são antes de mais "um negócio" e só depois "um serviço".

Ora, a confusão entre estes conceitos, produz, seguramente, a maior das perversões a de que não estão em jogo nem "direitos" nem "deveres" e de que apenas conta a selva em que o "santo mercado" sempre transforma a vida das cidades e dos cidadãos quando se demite da sua razão de ser.

O curto espaço duma crónica como esta, não permite longas considerações sobre a matéria que todos reconhecemos complexa. Por isso, não deixaremos de voltar ao assunto mas só depois de uma melhor compreensão do que se passa e, sobretudo, depois de esclarecidos alguns aspectos relacionados com a forma como as "alterações" ao sistema foram publicamente comunicadas - aspecto este essencial em qualquer processo de transformação do quotidiano - como é, por exemplo, o caso do folheto editado pala própria STCP que, apesar da profusa informação que contém, não disponibiliza, em nenhuma das suas páginas, um mapa geral do sistema e optando por uma simples e sequencial apresentação duma lista de linhas sem nunca as apresentar em simultâneo.

É caso para perguntar então onde está essa "nova rede STCP" como se escreve na capa do dito folheto? "



quarta-feira, janeiro 10, 2007

Acidente com autocarro da STCP

Ao final da tarde de ontem, registou-se um acidente com um autocarro da STCP no Hospital de São João.

O autocarro entrou em "involuntariamente em aceleração", atropelando uma senhora e abalroando três automóveis.

Mais pormenores na edição de hoje do JN.

STCP prepara ajustamentos na Nova Rede

Caros Leitores, voltamos mais uma vez ao vosso encontro, desta vez com (algumas) boas notícias.


A STCP lançou um comunicado na qual anúncia alguns ajustamentos de rede. Assim, as principais alterações serão:

- Serviço Nocturno e de Fim de Semana nas linhas que servem o Bairro da Pasteleira;
- Serviço de Fim de Semana nas linhas 300 e 301;
- Serviço de Fim de Semana nas linhas 703 e 705;
- Ajustamentos na ZA (Zona Angeiras);
- Reforço de autocarros em Vila D´Este;
- Começo das linha 803 ás 5h30, e alargamento de horário da linha 806 (até á 00:45) e reforço desta mesma linha com mais um autocarro;
- Regresso dos autocarros em Vila Nova da Telha, na Maia, estando em estudo soluções para as áreas de Vermoim e Via Norte.

Contudo, continuam marcadas mais acções de protesto (na Sexta - Feira), até porque a STCP admite fazer mais alguns ajustes na rede, embora a o regresso da rede antiga seja considerada "impensável". Entretanto já ocorreram mais bloqueios de autocarros (em Leça do Balio).

Mais notícias aqui e aqui.


sábado, janeiro 06, 2007

Manifestações, bloqueios, discórdia - eis a Nova Rede

Voltamos a tocar num assunto que não para ocupar espaço nas nossas televisões e rádios e páginas nos jornais. Sim, voltamos a falar da Nova Rede e da insatisfação dos utentes da STCP.

Uma análise mais profunda aos trajectos e horarios da STCP revela-nos que a STCP fez cortes de uma maneira cega. No bairro da Pasteleira não existem outras alternativas de transportes que não a STCP. Contudo, e achando que o 200 e o 204 chegavam e sobravam, toca a cortar o 207 aos fins de semana e feriados.

O Bairro de Santo Eugénio, outra área com muitas alternativas de transportes, vê o fim do 77 sem que chegue outra linha para servir o bairro. Quiçá queiram um aumento da taxa de atropelamentos na Circunvalação...

A linha 703 só se efectua no Sábado de Manhã. Durante o resto do dia e no Domingo, os habitantes de Sonhos (Ermesinde) podem fazer exercicio físico subindo e descendo as íngremes ruas daquela localidade, ao saírem (ou entrarem) nas linhas 701 e 704.

A linha 705, sofrendo os mesmos cortes que o 703, deixa isoladas as populações dos Montes da Costa, em Ermesinde. É que ou percorrem uns metros largos para apanhar o 61, ou então vão de carro...

E os casos de Rio Tinto já são tão mediáticos, que nem vale a pena falar deles...

E o caso da Via Norte, que deixa de ser servida por autocarros? E as pessoas que ali trabalham (Makro, Efacec, Unicer, Chagas, etc...?). O Metro não é perto, nem outras empresas assumiram o percurso da Via Norte.


Mas, num parágrafo, António Peres Metello revela todos os erros da STCP:

"Durante dois anos, a empresa dos transportes urbanos do Porto, STCP, diz ter estudado a remodelação da sua rede de carreiras. Durante dois anos tentou, em vão, uma associação ad hoc de utentes ser recebida pela empresa para expor os seus receios e as suas dúvidas face aos novos traçados. O que é que se ganhou com esta sobranceria? Carreiras bloqueadas, população nas ruas, furiosa com os atrasos e os autocarros a abarrotar. Agora, a STCP já admite fazer alguns ajustamentos. É uma espécie de tentativa e erro, à escala metropolitana, na qual aqueles que menos alternativas têm é que pagam os erros. Será esta a melhor maneira de prestar serviços públicos?"

Deixamos aqui o link com todas as notícias acerca deste assunto.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Os efeitos da Nova Rede

Caros leitores, vamos no quarto dia da Nova Rede (o segundo após as borlas) e constatamos que a Nova Rede merece viva contestação por parte das pessoas que utilizam os serviços da STCP.

Os leitores tiveram (e têm) aqui a oportunidade de se expressarem as suas mágoas e opiniões. E pelo que temos visto e pelo que temos lido, a maioria dos comentários merecem a nossa concordância. Com efeito, a STCP, ao (mandar) desenhar a Nova Rede, teve como principal preocupação a eficiência produtiva - por outras palavras, pretende apostar num aumento da produtividade do pessoal e do material circulante, mesmo que isso obrigue o passageiro a fazer transbordo entre autocarros ou entre autocarros/CP/Metro/Privados.

Ora bem, na ânsia de conter os custos (que pensamos ser uma das razões decisivas que levam ao desenho da Nova Rede) e em não fazer concorrência ao Metro (de quem detém, aliás, uma posição accionista) a STCP fez uma Nova Rede. Rede essa na qual a STCP, deu, (e desculpem a expressão utilizada) uns valentes tiros nos pés. Nem começamos a falar no caso de Rio Tinto, que é o caso mais mediático e aquele que evidencia mais a ânsia da STCP em promover a intermodalidade, seja de que maneira fôr.

Vamos começar a analisar algumas carreiras, que para nós, representam um tiro nos pés, sem qualquer cronológica ou de zona:

Linha 203 (Marquês de Pombal - Foz)

Esta linha tem a particularidade de ser... praticamente inútil em todo o percurso que serve. Porquê? Porque praticamente faz o percurso pela Rua da Constituição - Campo Lindo - Boavista (Rotunda) - Avenida da Boavista - Avenida Marechal Gomes da Costa - Foz. Se entre o Marquês e a Boavista estão lá o 303 e o 402, entre a Boavista e a Foz (pelo menos na Avenida) estão lá o 502 e o 201. E a única artéria que ficaria servida, é precisamente a Avenida Marechal Gomes da Costa, uma avenida cujos habitantes necessitam deseperadamente de um autocarro... Falando a sério, não valia antes prolongarem o 402 até ao Castelo do Queijo, utilizando o caminho do antigo 78 entre a Boavista e a Praça do Império? Bem sabemos que nalgumas ruas passa o ZL e o 504, mas...


- Linha 206 (Campanhã - Viso)

Esta linha tem a particularidade de fazer o antigo 77 a partir da Rua da Constituição, e de partes do antigo 90 entre a Constituição e Campanhã. Nós perguntámos que, a fazer a linha, porque não prolongá-la pelo menos, até ao Bairro de Santo Eugénio?

- Linhas 803 (Boavista - Rio Tinto) e 805 (Hospital de São João - Venda Nova)

Mais um caso em que na nossa opinião, não passa de um grande disparate do projectista de rede. Então entre as populações que eram servidas pelo 53 entre o Forno e Rio Tinto passam a ter que mudar de autocarro aí (ou para o comboio, dado que o término é na estação), a não ser que queiram ir para a Boavista, enquanto que entre Rio Tinto e a Circunvalação a solução passa pela ida ao Hospital de São João. Que maravilha, não é? Aquela área já era isolada que chegue com o antigo 53 e ainda mais isolada fica. Não se pense que a Estação de Rio Tinto é um local ideal para um Interface! A rua que a serve é bastante apertada, e o abrigo não chegará para todos aqueles que mudam de autocarro, ou que mudam do comboio para o autocarro. Propomos antes que se faça uma linha Boavista - Bolhão (Via Rio Tinto) que aproveite o 803 e o antigo 53. Creio que aí ninguém ficava a perder...


- Linha 706 (Ermesinde - Hospital de São João)

Aqui nem falamos do caso dos ermesindenses, que salvo a perda da ligação directa com a Maia, até nem ficaram muito a perder. Falamos mais daqueles que eram servidos pelo antigo 47, que perderam a ligação directa com a Baixa do Porto. Mais uma linha que passa a terminar no Hospital de São João...


Aqui fica um breve resumo daquilo que vimos e lemos nos comentários ao nosso blog. Desafiamos os nossos leitores a expressarem a sua opinião, apesar de sermos obrigados a recordar que nós NÃO somos a voz oficial da empresa, NÃO estamos ligados institucionalmente á STCP. Somos, apenas, passageiros como os leitores, que gostam de transportes, sobretudo aqueles que são efectuados pela STCP.

Um muito obrigado a todos e deixem os vossos comentários!

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Novo Ano, Nova Rede

Caros Leitores, o nosso primeiro post de 2007 teria que ser, forçosamente, acerca da Nova Rede. Hoje fomos aproveitar as borlas que a empresa dá hoje e amanhã a todos os utentes da STCP.

Notamos que muito se mudou da noite para o dia. Não falamos apenas das novas linhas e da nova numeração. Dizemos que, por exemplo, as paragens têm um novo grafismo. (Prometemos trazer para aqui fotos das novas paragens). Outro exemplo foi o facto de agora, Gondomar ter agora linhas efectuadas por autocarros a Gás Natural. Tiveram que esperar seis anos... o que na nossa opinião foi demasiado tempo.

Mas melhor do que nós para opinar acerca da Nova Rede, trancrevemos o seguinte artigo de opinião do JN de hoje:

"Sortudos e nervosos

Nós, portuenses, entramos com sorte em 2007. A STCP, empresa pública sempre generosa, convida-nos, hoje e amanhã, a efectuar viagens gratuitas com o intuito de podermos conhecer a sua nova rede e os seus novos percursos. Em publicidade janota inserida nos jornais diários, aquela empresa pretende que, nestes dias de "portas abertas", tomemos contacto com a nova "maravilha fatal das nossa idade" e que rejeitemos o pessimismo daquele portuense que, encolhendo os ombros, disse ao JN "A gente habitua-se a tudo..."

Claro que também há portuenses que são uns ingratos. Em vez de viajarem "com tranquilidade nas novas linhas", lamentam-se, como é o caso dos habitantes de Rio Tinto, aqui ao lado do Porto, do outro lado da Circunvalação, que eram servidos pela carreira 35. A fazer fé no que Adão Adérito Machado escreveu ao JN, aquela linha que começava no lugar do Forno e terminava no Bolhão, foi substituída pela 803 que os deixa ficar na estação de Rio Tinto, onde esperam pela 805 que, procedente da Venda Nova, os deixa depois na Areosa onde, ufa, terão de apanhar novo transporte que os leve para o destino do costume, ou seja para o Bolhão, Costa Cabral ou Praça do Marquês de Pombal...

Mas alegre-se este nosso amigo. É que, em três tempos, os utentes daquela linha poderão usar agora - e caso o queiram - dois transbordos! Tudo por causa das maravilhas da intermodalidade que lhes permitirá, aos moradores do Forno, apanhar em Rio Tinto um comboio que os deixará em Campanhã ou em S. Bento. Dirá também a STCP que, em Campanhã, o estimado utentes poderá optar pelo metro e seguir para a Trindade. Aqui, se quiser ir para a parte alta da cidade, abre-se-lhe outro mundo de oportunidades faz outro transbordo e apanha outro metro para o Marquês de Pombal...

No JN do mesmo dia em que era publicada a carta do leitor, vinha uma notícia sobre uma investigação que está a ser levada a cabo no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar sobre a "regeneração dos nervos periféricos". Bem precisam os portuenses (e em particular os rio-tintenses) que lhes tratem dos nervos...

Nervosos de contentes devem andar os automobilistas com a novidade que, através da Imprensa, lhes deu o presidente Rui Rio no cair das últimas folhas do calendário do ano passado. Em particular os utentes da Asprela, habituados a usar o espaço que lhes é concedido em torno do Pólo Universitário para estacionarem o respectivo automóvel, ficaram a saber que a nova artéria que ligará em futuro próximo a Rua do Dr. Bernardino de Almeida à Rua de Roberto Frias - pomposamente denominada de Via Estruturante da Asprela - terá 102 lugares de parqueamento inteiramente gratuito. Rui Rio, muito contente, disse "Vamos ficar com esta zona mais desanuviada e bastante melhor em termos de acessibilidade".

O nosso caro presidente que nos desculpe, mas não acreditamos que a melhoria venha assim do pé para a mão aberta ao trânsito, a nova via será tomada de assalto e terá tantos carros quantos os que circulam nas outras artérias da zona; e quanto aos lugares de estacionamento eles ficam reservados para quem chegue primeiro. O problema está no número exagerado de edifícios públicos e universitários implantados que arrastam mais de 40 mil utentes por dia.

Bom, agora que o leitor leu a crónica, feche jornal, saia de casa em direcção à próximo paragem da STCP e aproveite as borlas que a empresa lhe oferece entre hoje e amanhã. É que na quarta-feira, já sabe, as viagens custam mais 2 ou 3% .Tudo para abater ao défice,o tal "monstro" de que Cavaco Silva falava ainda não era presidente da República."